29 de jan. de 2012

O primeiro dia de aula de nossos filhos

O primeiro dia de aula

*Vítor Andrade.’.


Falar sobre o primeiro dia de aula de uma criança muda bastante quando você é pai, e outra quando você é professor, mas quando você está envolvido nas duas situações, pela lógica, seria mais fácil entender o processo, mas não é tão simples, existem várias circunstâncias que nos obriga a separar um do o outro.

Com o ingresso da mulher no mercado de trabalho, seja para aumentar a renda familiar, seja pela mudança do perfil das famílias, observado pelo aumento de lares chefiados por mulheres, os pais são obrigados a colocar os pequenos cada vez mais cedo na escola.

As que mais sofrem com esta situação são as mães, pois elas além de carregarem as crianças por nove meses em seu ventre têm a licença maternidade, ou seja, elas estão juntas das crianças por mais de um ano, e o fato de colocar o filho na escola é uma barreira que as separa. O processo pode ser muito dolorido. Mas é preciso se preparar para esse momento, o que pode acontecer com meses de idade, ou com anos de idade, é preciso ter a consciência que mais cedo ou mais tarde pais e filhos terão que passar por esta situação.

A primeira preocupação dos pais é saber se a criança vai se adaptar, depois se elas vão sofrer com a distância. Choros de ambos os lados é absolutamente normal, talvez não muito saudável se for prolongado por dias, mas ocorre. È comum ligar na escola para saber se está tudo bem, mas não pode virar uma constante. Algumas dicas podem ser consideradas para quem vai passar pelo primeiro dia na escola dos filhos.

Importante frisar que seu filho é uma criança como você foi, ou seja, você também teve seu primeiro dia e você conseguiu superar, talvez possa ter ocorrido algum fato anormal, mas seu filho também superará, portanto faça exercícios com seu filho antes dele encarar a vida escolar, leia junto com ele, e faça perguntas do tipo: - Você está entendendo? Se a respostar for: - sim, então pergunte algum fato ocorrido no texto, pois é muito comum eles se distraírem, divida o livro em capítulos no primeiro dia fale sobre o que será lido, no segundo dia o capítulo 2, no terceiro o 3 e assim sucessivamente, até o fim do livro, assim ele terá gosto pela leitura, aí pode ser falado que na escola ele terá muitos momentos de leitura.

Os pais podem fazer os famosos “pic nic’s”, pois elas adoram e falar que na escola terão muitos momentos iguais a esse, levar á parquinhos de areia onde existem várias crianças assim ela verá com sua ajuda que na escola também é freqüente esses momentos. É bom, mas deve-se ter cuidado levar os filhos para fazerem as compras de alguns materiais escolares, de preferência os mais simples, pois artigos como mochilas, podem sair caros, pois eles analisam os personagens, os ídolos e não a qualidade do produto como fazem os pais, assim elas poderão apagar um pouco a barreira que separa ela dos pais na escola, é importante levar ela para conhecer a escola antes de iniciar as aulas, e também se possível já conhecer professores e funcionários, o primeiro contato é bom para pais, alunos, e para escola.

Se pais optarem por transporte escolar pesquise a habilitação do condutor ou da empresa, veja se existem multas de excesso de velocidade, se a pessoa é habilitada para transportar estudantes, se todos não sentados e com cinto, verifique também a segurança da escola e da qualificação dos funcionários.

Existem escolas que permitem a presença dos pais nas dependências nos primeiros dias, se a escola permitir e você puder ficar fique, mas se não puder deixe sua criança com os profissionais e vá embora, e nada de levar os filhos até a porta da sala, faça isso, caso seja permitido, no primeiro dia, após isso deixe-o na porta da escola, pois os professores e a escola está preparada para recebê-los, afinal você já foi a escola e matriculou seu filho lá então você deve ter total confiança.

Nada de ficar andando, às vezes até escondido da escola, nos corredores, ou deixando em sala material esquecido, ou coisas do tipo, caso ocorra deixe na direção ou na coordenação da escola, e lá os profissionais entregarão, e nada de celular em sala de aula, e não ligue para seu filho, mesmo que seja urgente, para isso tem o telefone da escola, e se for realmente necessário a escola transmitirá o aviso ( isso vale para qualquer idade).

Exemplos de coisas que podem acontecer na escola e que os pais têm que estar preparados: cair de um brinquedo no parquinho, ganhar mordidas de algum coleguinha, brigas, desentendimento entre as crianças. De qualquer forma, todo ocorrido deve ser conversado com os professores e equipe pedagógica. Lembrando que seu filho não é melhor nem pior que ninguém, e o respeito deve ser trabalhado com eles, e caso ocorra alguma coisa com a criança, é importante lembrar que poderia ter ocorrido com qualquer outro aluno, e tudo deve ser resolvido entre coordenação/direção e pais.

Pronto! Está finalizado o processo, o que resta agora é observar o comportamento de seu filho, ficar atento a eventuais mudanças de comportamento, os primeiros dias são normais o cansaço e elas dormirem cedo, mas após uma semana, dez dias, faça o dever de casa junto com ela, estimule com brinquedos pedagógicos, se possível com músicas, ou montagem de “lego”, quebra-cabeça, jogos da memória, a esta altura ela já está acompanhando aquele livro que foi falado no inicio do texto pelo menos na metade, dentro do contexto surgirão palavras desconhecidas, assim elucide o significado.

Essas dicas eu utilizei no processo educacional de minha filha, e alguns pontos utilizo até hoje, e funcionaram perfeitamente bem, as crianças devem ser seguras, e isso vem dos pais, a maturidade elas atingirão através de incentivo nas tomadas de decisões, e os pais são fundamentais, aqui utilizo padrões de crianças que tem os pais juntos ou separados, de classe “D” até classe “A”, e todos os pontos podem se adaptados as mais diversas realidades, além de não atrapalhar o funcionamento da escola, contribuem para um bom aprendizado e uma boa conduta da escola. Com estimulo, com perseverança e dedicação teremos excelentes alunos, excelentes professores, e um relacionamento muito bom entre ambos, assim podemos por no prumo nossa sociedade, sendo conduzida de maneira Justa e Perfeita, pois o primeiro dia na escola é o primeiro passo de uma grande caminhada.


* Vítor Andrade

Professor de História

Pós Graduando em História da Maçonaria

Diretor do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares do DF.

27 de jan. de 2012

A Abertura dos Portos

A Abertura dos Portos

* Vítor Andrade

A transferência do Corte Portuguesa para o Brasil deu-se no dia 26 de novembro de 1807, com ele viria também todo o Estado Português, toda a administração pública, e aproximadamente 15.000 portugueses, maioria nobres, e serviçais do Reino de Portugal.


O Principal motivo da transferência da corte Portuguesa para o Brasil foi primeiramente o Tratado de Fontainebleau, assinado entre a França e a Espanha que dividiria o Reino de Portugal, o momento era dasgrandes invasões Napoleônicas, que em 1806 tentou sem sucesso invadir a Inglaterra, decretando assim o bloqueio continental, pois Portugal não aceitou a condição do bloqueio pelo fato de ser um forte aliado da Inglaterra. Napoleão resolve então invadir Portugal, mas para isso era necessário cruzar o território espanhol para chegar até Lisboa. As tropas de Napoleão chegam ao território Português no dia 30 de novembro de 1807, mas as embarcações que trariam a família real e a corte portuguesa, já estavam em alto-mar, e viriam desembarcar no Brasil no dia 22 de Janeiro de 1808 na província da Bahia.




Dom João , no dia 28 de Janeiro declara a abertura dos Portos as nações amigas, pois até então a economia da colônia era baseada através do monopólio comercial assim era uma maneira da Corte assegurar sua sobrevivência, esse medida era chamada pacto colonial. O fato de D. João ter aberto os Portos foi a primeira sinalização de Independência da Colônia, pois antes da abertura, a economia era basicamente de subsistência, ou para a sustentação do Reino de Portugal, assim D. João e a Corte partem para o Rio de Janeiro com o intuito de estruturar o poder político português em terras brasileiras. Em abril de 1808, D. João revogou os decretos que proibiam a instalação de manufaturas na Colônia, isentou de tributos a importação de matérias-primas destinadas à indústria, ofereceu subsídios para as indústrias de lã, de seda e do ferro, incentivando a introdução de novas máquinas. Criou, também, no mesmo ano, a Biblioteca Real, o primeiro Banco do Brasil, a Escola de Marinha e a Imprensa Régia e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.


Houve a abertura de produções gráficas no Brasil, assim surgiriam às primeiras revistas e jornais, inovando a consciência e mentalidade dos que aqui residiam, mas isso não significava uma liberdade de expressão e imprensa, era apenas o inicio para abastecer a elite letrada da Corte.A gazeta do Rio de Janeiro - tinha um caráter quase oficial e estava sujeito, como todas as demais publicações, a uma comissão de censura encarregada de examinar os papéis e livros que se mandassem publicar e fiscalizar que nada se imprimisse contra religião, o governo e os bons costumes.
A corte portuguesa trouxe consigo a preocupação de criar academias e fabricas, foi criado a partir desse momento um observatório astronômico, fundando a fábrica de pólvora e arsenais, onde anos depois trabalharia lá Joaquim Gonçalves Ledo, e que se tornaria em 1811, a Academia Militar. Este órgão tinha entre as suas funções, a de promover um curso das chamadas ciências exatas (Matemática) e de observação (Física, Química, Mineralogia e História Natural). Essa academia formava oficiais do exército, engenheiros, geógrafos e topógrafos para que administrassem as obras empreitadas pelo governo, como a abertura de estradas, minas, portos, etc.. D. Rodrigo, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, criou medidas de política e defesa da Colônia estruturada, por que também se preocupava em estabelecer canais de comunicação com todas as regiões.

Os objetivos reais dessas medidas eram principalmente em proteger a colônia de guerras e facilitar a vida econômica da colônia que incluía o trafego através de rios e dos Portos, chegavam ao o Rio de Janeiro mercadorias e gêneros alimentícios tanto do exterior quanto de outras regiões do Brasil. As embarcações que passavam pela Baía da Guanabara traziam hortaliças e pequenos animais. Por terra chegavam animais de grande porte e produtos vindos da região das Minas e de São Paulo.


Essas medidas jamais haviam sido pensadas antes da chegada da Corte ao Brasil, assim dá para entender a importância da vinda da Família Real a Colônia, mas havia preconceito e retaliação as que eram nascidos na colônia em relação aos vindos de Portugal, principalmente na esfera comercial, e nos cargos públicos e nos negócios. Muitos dos Novos habitantes eram imigrantes, não apenas portugueses, mas espanhóis, franceses, ingleses, que viriam a formar uma classe média de profissionais e artesãos qualificados
Neste mesmo período na Europa Hipólito José da Costa, estava preso, pelas perseguições que sofreria por indicação de Pina Munique pelo fato de ser Maçom, após fugir da cadeia em 1805, consegue em 1808 chegar a Londres na Inglaterra, onde fundaria o jornal “Correio Braziliense”, pois no Brasil pelo fato de existir a censura dificilmente poderia circular no Brasil, esse seria o maior jornal de veiculação que retratava a verdadeira realidade brasileira, onde defendia já a partir daí a abolição da escravatura, transferência da capital para o interior do país, e até mesmo de forma sutil a Independência do Brasil, Hipólito entrou para o rol dos brasileiros celebres reconhecidos mundialmente, e hoje é o “Patriarca da Imprensa Brasileira”.




Mas de Fato o que foi a Abertura dos Portos? Há várias linhas de frente, uma delas protecionismo Estatal, depois protecionismo econômico, e outra vertente é Independência se consolidando,e a abertura diplomática da colônia. A abertura dos Portos não é um fato histórico isolado, ele abrange as relações internacionais, assim como economia, direito, cultura.



A abertura era um fator inevitável, o príncipe D. João não tinha alternativa, ou se fechava e se afundava, ou abria o país e a colônia para o mundo, a abertura simboliza um marco das relações econômicas, políticas e internacionais do país, e um sinal de amadurecimento, de uma terra de Santa Cruz, onde se plantando tudo dá.



*Vítor Andrade
Professor de História
Pós Graduado em História da Maçonaria
Diretor do SINPROEP-DF

7 de jan. de 2012

Dia 09 de Janeiro "Dia do Fico"


* Vítor Andrade

Desde a transferência da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, o povo que havia permanecido em Portugal ficou literalmente a ver navios, assistiram a família real e a nobreza fugirem desesperadamente para a colônia brasileira, e meses mais tarde viram a colônia virar “metrópole”, e com isso o fim do pacto colonial. Isso tudo, sem sombra de dúvidas, era muito ruim para os portugueses.

Após o congresso de Viena, sete anos mais tarde, e o fim das guerras travadas com Napoleão, o povo português queria de volta a família real a Lisboa e o retorno do pacto colonial. O povo português exigia o retorno do Rei a Portugal, e o Brasil viu que podia ser Independente. Eis que em Agosto de 1820 eclodia a Revolução Liberal do Porto, em Lisboa. Essa revolução exigia o retorno da Família Real a Portugal, o retorno do Brasil a condição de Colônia, e o estabelecimento de uma monarquia constitucional.

Surge um grande problema para D. João VI, ficar no Brasil e ver o reino de Portugal sumir de suas mãos, voltar para Portugal e rebaixar o Brasil a situação de colônia, o que causaria revolta por parte dos comerciantes e o povo brasileiro, não podendo ser esquecido que a América espanhola já estava se emancipando, que já haviam grandes movimentos em prol de uma libertação da América, e com grande participação popular, inclusive da maçonaria. D.João tinha ao seu lado uma grande aliada a Igreja Católica, defendia os Estados Absolutistas.

As instituições principalmente comerciais viam que o Brasil deveria ser Independente, pois não era interessante o retorno do pacto colonial, mas também já não era mais vantajoso tornar-se uma monarquia portuguesa, ela queira sim o Império do Brasil.

Antes de partir o Rei D.João VI assinaria decretos importantes como que daria igualdade de condições e participação brasileira em relação a Portugal, assim dava certa tranqüilidade aos comerciantes e fazendeiros que ficaram no Brasil. Em Portugal, a Revolução Liberal estabeleceu uma junta governativa. Em função de o Rei estar ausente de Portugal governaria o Estado, convocariam as Cortes, redigiriam e aprovariam uma nova Constituição. Dentre os critérios de representação, o Brasil ficaria com 70 representantes, num total de mais de 200, e as capitanias passariam a se chamar províncias. No Brasil a notícia foi recebida com grande euforia. O Norte e Nordeste haviam se rebelado (Belém e Salvador), e no Rio de Janeiro a revolta seria pela reformulação dos ministérios e pela convocação das cortes com eleições indiretas. Dentre as facções políticas brasileiras surgiu, assim, o Partido Português, que defendia o retorno do Rei D. João VI à Portugal, e o retorno do Brasil à condição colonial.

O Rei D. João VI, então decidiu que seu filho D. Pedro fosse para Portugal buscando uma solução para o problema, chegando a lançar um decreto enviando D.Pedro para Lisboa, mas sobre pressão do Clero, da Nobreza e dos militares D. João VI resolve mudar de planos e retornar à Portugal, sob uma saída muito inteligente, pois assim continuaria com os plenos poderes tanto no Brasil como em Portugal, pois deixaria D.Pedro como príncipe regente do Brasil e após a sua morte uniria os dois Reinos e a manteria viva a Casa dos Bragança. Em abril de 1821, D. João VI retornaria a Portugal, com mais 4.000 pessoas entre nobres, militares, clero, magistrados. O Brasil passou a ser governado por um príncipe regente, D.Pedro de Alcântara, mais tarde intitulado D.PedroI.


Meses depois, no Brasil ocorreria a convocação para as cortes, e entre os eleitos estariam muitos defensores da Independência do Brasil. Muitos deles pertencentes à Maçonaria como: Cipriano Barata, médico e eleito pela província da Bahia, Francisco Muniz Tavares, Padre e eleito pela província de Pernambuco, o irmão de José Bonifácio, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, advogado eleito por São Paulo, Diogo Antônio Feijó, Padre e eleito por São Paulo, e Nicolau dos Santos Vergueiro, fazendeiro e também eleito por São Paulo.


A Maçonaria neste momento ainda continuaria suspensa e as Lojas Maçônicas fechadas. As atividades maçônicas ressurgiriam em 24 de Junho de 1821 período de festas a São João, que é o padroeiro dos Maçons. Cerca de um ano mais tarde seria iniciado o príncipe regente D.Pedro I. Tomaria novo fôlego o trabalho incansável da Maçonaria para proclamar a independência do Brasil. Os Maçons travavam a luta emancipacionista tanto nas Lojas Maçônicas quanto na vida política e social brasileira, que no momento encontrava-se instável. As cortes haviam se reunido em janeiro de 1821 e àquela hora já teriam editado uma série de leis e decretos que prejudicariam o Brasil. As províncias agora não mais seguiam orientação do Rio de Janeiro e sim de Lisboa, tanto que no fim do ano de 1821 uma determinação vinda direta de Lisboa, transferia ministérios e repartições públicas do Rio de Janeiro para Lisboa, e a última reação de Portugal foram os decretos 124 e 125 de Dom João VI, que exigiam o retorno imediato do príncipe Dom Pedro I à Portugal.


As cortes gerais extraordinárias e constituintes na nação portuguesa, havendo decretado, em data de hoje a forma de governo e administração pública das províncias do Brasil, de maneira que a continuação da residência do príncipe real no Rio de Janeiro se torna não só necessária, mas até indecorosa à sua alta hierarquia: e considerando juntamente quanto convém aos interesses da nação que sua alteza real no viaje por alguns países ilustrados , a fim de obter aqueles conhecimentos que se fazem necessários, para um dia ocupar dignamente o trono português: mandam respeitosamente participar a El-Rei que tem resolvido o seguinte: 1º que o príncipe real regresse quanto antes para Portugal; 2º que Sua Alteza, logo que chegue a Portugal, passe a viajar incógnito às cortes e reinos da Espanha, França e Inglaterra, sendo acompanhado por pessoas dotadas de luzes, virtudes e adesão ao sistema constitucional, que para este fim, Sua majestade houver por bem nomear.


A essa altura o Brasil já não podia mais retornar a sua condição colonial, já havia uma mentalidade própria se solidificando. Os próprios brasileiros que foram estudar na Europa, no inicio do século, àquela altura, já haviam se formado, já eram homens maduros, e muitos faziam parte da corte Portuguesa, como é caso de José Bonifácio de Andrade e Silva, que anos antes havia sido apresentado ao Ministro D. Rodrigo de Sousa Coutinho, que solicitou décadas antes ao Maçom Hipólito da Costa para ir aos Estados Unidos e a Inglaterra para estudos econômicos.José Bonifácio se formou em Coimbra, foi professor universitário, e com a formação da juntas governativas provisórias foi nomeado vice-presidente da província de São Paulo, assim teria uma proximidade muito grande junto ao imperador Dom Pedro I.


CONTINUAÇÃO


A partir do mês de setembro de 1821, circulava pelas ruas do Rio de Janeiro o jornal “Reverbero Constitucional Fluminense”, impresso feito circular pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e o Conêgo Januário da Cunha Barbosa. A principio, o jornal defendia a idéia de Reino Unido, defendendo que o Brasil voltasse a ser Sede da Corte. O jornal tomou uma dimensão muito grande e começou a defender a Independência do Brasil.

Em janeiro de 1822, D.Pedro I deveria cumprir os decretos de seu pai e partir para Portugal. No dia 09 do mesmo mês, os maçons Joaquim Gonçalves Ledo, José Januário da Costa e José Clemente Pereira, um magistrado que havia sido eleito para o Senado da Câmara, entregaram uma carta ao príncipe regente, assinada ainda por José Bonifácio, Frei Francisco de Santa Tereza e Pedro Dias Paes Leme e mais 8 mil assinaturas, solicitando que não jurasse a Constituição portuguesa e que descumprisse os decretos de seu pai, permanecendo no Brasil, o que é muito duvidoso, pois no Rio de Janeiro a população era em torno de 100 habitantes, oito mil assinaturas é quase 10 % da população que era composta por escravos, sinhás fazendeiros comerciantes muitos deles analfabetos, e o resto da população também, as assinaturas são simbólicas. Em resposta D. Pedro I pronunciou a famosa frase: COMO É PARA O BEM DE TODOS E FELICIDADE GERAL DA NAÇÃO ESTOU PRONTO, DIGA AO POVO QUE EU FICO”. Depois de dar resposta: fico. D Pedro dirigindo-se á janela, disse ao povo: “Agora só tenho a recomendar-vos: UNIÃO E TRANQÜILIDADE”.


A partir desse momento como a própria orientação do príncipe era a hora de tranqüilidade. As tropas portuguesas que se negavam a jurar fidelidade a D. Pedro eram mandadas de volta a Portugal, e criava-se assim o exército brasileiro. José Bonifácio foi nomeado ministro de D. Pedro. Ainda não era a Independência do Brasil, e sim uma resposta do partido brasileiro, exigindo maior autonomia, em um segundo momento o desejo de uma Independência política começou a se fortalecer. O dia 09 DE JANEIRO de 1822 é considerado pela historiografia brasileira como: “O DIA DO FICO”.


José Bonifácio é considerado hoje “Patriarca da Independência”. A sua inteligência sempre foi uma de suas maiores virtudes vindo a se tornar o todo poderoso Ministro do Reino e Estrangeiro. Devido a influência de José Bonifácio junto ao Príncipe, considerando que Bonifácio era defensor da idéia de uma Monarquia Constitucional, enquanto o grupo de Gonçalves Ledo era a favor de um regime republicano. Essas questões seriam levantadas diante do impasse do imperador, se convocava eleições diretas ou indiretas para as Cortes portuguesas. Começava aí o distanciamento do Príncipe em relação a Portugal, e abriria as portas para a Independência do Brasil meses mais tarde.


O Dia 09 de Janeiro de 1822, é o marco para Independência “política” do Brasil, na verdade ninguém tinha coragem de se manifestar, nem fazendeiros que não concordavam com a situação de virar colônia novamente, nem comerciantes, nem políticos, o povo infelizmente não teve participação neste acontecimento, e se teve a história fez questão de esquecê-los. A data deve ser lembrada, vivificada, estudada, os livros de história e os historiadores, devem relembrar essas datas, é triste ler nos livros apenas 1 linha a respeito de nomes como GONÇALVES LEDO, CIPRIANO BARATA, JANUÁRIO CUNHA BARBOSA,entre outros, um povo que esquece seus ídolos, seus heróis está apagando sua memória,e sujeitando-se a cometer erros que podem ser irreparáveis a nação.

*Vítor Andrade

Professor de História

Pós Graduando em História da Maçonaria