22 de abr. de 2012


                                                                                             22 de Abril - " Descobrimento do Brasil"?
                                                                                                          * Vítor Andrade


Segundo a Constituição Federal de 1988, o Brasil no século XXI é organizado da seguinte maneira: a República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituindo Estado Democrático de Direito. A construção de uma identidade nacional, do processo de independência e da formação de uma república, foi difícil, penosa, e até mesmo podemos dizer dolorosa.

A História nacional passa a ser contada a partir de 1500, com a chegada de Pedro Álvares Cabral ao país em 22 de abril de 1500. Esse é o marco precursor do Brasil, mesmo tendo evidências de termos sido visitados anteriormente por wikings, chineses e por Vicente Pizón, navegador espanhol que posteriormente integrou a primeira armada de Cristóvão Colombo,teria chegado ao Norte do País, ficando a terra descoberta conhecida como “Santa Maria da Consolação”. A versão é de que Pizón teria avistado o Rio Amazonas e pela dimensão do rio ter pensado que se tratava de um mar e ao provar a água, teria pronunciado: “A Água desse mar é doce”, assim denominado: “Mar Dulce”.

Como se pode perceber as evidências sobre a verdadeira origem do Brasil são muitas vezes contestadas, o próprio tratado de Tordesilhas de 1494, que servia para dividir terras descobertas e a descobrir, era um forte indício de que seriam encontradas novas terras, a disputa para definir se a primeira terra a ser avistada foi o cabo de Santo Agostinho (Pernambuco) ou a ponta do Mucuripe (Fortaleza) serve para defender que o Brasil pertencia à Espanha. O certo é que em janeiro de 1500 essas terras, hoje incorporadas ao Brasil, faziam parte da Espanha.

O fato concreto e sem proselitismos patrióticos é que em abril de 1500, Pedro Álvares Cabral, mesmo sabendo que o Brasil não foi descoberto e sim explorado, pois nativos já habitavam o território, povos que mais tarde seriam chamados de índios pela historiografia e  Pinzon haveria capturado alguns indigenas para levar em sua fragata. Ao que tudo indica Cabral teria se perdido em alto mar a procura das Índias e, ao avistar terra firme, achou que chegara as Índias nomeando aos que o recebiam de índios. O Rei de Portugal poderia ter enviado outros homens para mercantilizar com as Índias e, por que enviar Cabral que era um especialista em alto mar? Cabral não seria recebido nas Índias como foi recebido no Brasil, esperando cerca de três dias para descer em terra firme, esses fatos servem para demonstrar que já se sabia da existência do Brasil, que diga-se de passagem era o nome do pau-brasil, uma arvore nativa que ao ser partida ao meio tem ao centro cor parecida com brasa, e o diminutivo de brasa, na época, era brasil.

A Colônia

A partir de abril de 1500 o Brasil fazia parte da colônia de Portugal, e comumente neste período havia saques de piratas de várias partes do mundo à terras exploradas, a navios, etc... Assim era necessário que Portugal marcasse território, o governo do Rei D.João III, percebeu que seria mais fácil descentralizar o poder estatal e decidiu dividir as terras, formando capitanias. Cabral teria aportado aqui cerca de dois meses após Pinzon.

Essas capitanias eram hereditárias, ou seja, passadas de geração a geração, na verdade funcionavam como uma concessão de terras que eram doadas pelo Reino português a família de nobres para que povoassem e administrassem a colônia, com o objetivo de conseguir lucro e proteger a terra de invasões. A população no Brasil era de cerca de 70.000 habitantes, o que significa que não ouve sentimento de pátria. Os índios também não tinham sentimento patriótico já que essa organização e modo de pensar não faziam parte do modo de vida deles, eles queriam apenas suas terras sagradas e viver livres de incomodação.

O fato de ser perigoso, caro e não produtiva a colônia fez com que muitos nobres desistissem do negócio, assim o governo de Portugal resolveu criar os governos-gerais, que era um cargo nomeado pelo Rei. Era o cargo mais alto e importante da colônia, assim a capital nesse momento seria Salvador na Bahia. Também foram criadas as câmaras municipais como medida de descentralização administrativa, no intuito de tentar manter o controle de Portugal.

Nesse momento é possível identificar que o objetivo não era apenas de explorar, era também de povoar, mas povoar para lucrar e proteger, assim são criadas as cidades de Recife e Rio de Janeiro. Os jesuítas colaboram com este processo, mesmo se sabendo que o objetivo seria converter índios e servir de certa forma a coroa.

O Pacto Colonial firmou ainda mais o compromisso de enviar portugueses às terras novas, no intuito de iniciar uma cultura agrária, principalmente açúcar. O Brasil foi o maior exportador de açúcar dos séculos XVI e XVII, assim as primeiras povoações não-portuguesas, foram africanas e holandesas. Porém, o pacto deixava bem claro que a Colônia só podia negociar com a Metrópole, e com isso começava a surgir alguns descontentamentos e alguns comerciantes já insatisfeitos com a metrópole, um breve sinal de sentimento nativo, motivado por interesses econômicos.

A metrópole então dependia muito da colônia, e agora com o litoral povoado e protegido, produzindo muito, era hora de desbravar o interior do Brasil. Foram criados os “Bandeirantes”, que eram sertanistas, eram índios aliados aos portugueses, caboclos, e outros homens conhecedores das terras brasileiras. Pode-se falar aqui de conhecimento geográfico da terra, além de astrologia, geologia, podendo assim imaginar o que seria possível encontrar nessas terras despovoadas até então. Aqui já há indícios de formação da identidade, de um conhecimento, mas não autonomia. Também não eram nobres que desbravavam as matas, não eram cultos, e sim gente conhecedora de terras mas sem alto poder aquisitivo, assim como boa parte da civilização brasileira durante toda a sua história.

O objetivo até aqui não é citar apenas fatos como os tratados, ou como a economia e sim respaldar os fatos que geraram o povoamento no Brasil, e a construção de uma identidade, mesmo sendo colônia, para mais tarde quando for citada a República podermos fazer uma avaliação de nacionalidade. É evidente que a partir do momento em que se criam raízes é difícil retornar a situação de origem, os corajosos portugueses que vieram no inicio da colonização, tiveram filhos aqui, comercializavam e trabalhavam, mais cedo ou mais tarde iriam requerer direitos, independência, como realmente veio a acontecer.

Se o Brasil foi descoberto ou explorado, se foi Cabral ou  Pinzon,  nessa terra se plantando tudo dá!

*Vítor Andrade.'.
Professor de História.'.

www.blogdovitorandrade.blogspot.com

15 de abr. de 2012

Professor sim!!! Bandido Não!!!

*Vítor Andrade.'.

Os professores do Brasil já têm problemas demais para resolver, tais como baixos salários, falta de moradia, insegurança, motivação, e o Estado não consegue resolve-los, sempre envolto de greves que assola o país. Por fim, apareceu esses dias a operação Monte Carlo que tem por finalidade apurar supostos crimes de jogos ilegais, entre outros crimes.

Surpreendeu a todos nós vermos um promotor de justiça e senador envolvido com pessoas de conduta imoral e ilegal, pois é, e o que deixou-nos ainda mais tristes foi ouvir nas escutas da Policia Federal o Senador chamar o bicheiro de ” PROFESSOR”, Ora, por acaso nós professores temos a fama de praticarmos crimes de jogos ilegais e lavagem de dinheiro? Com qual autoridade este senhor que por enquanto ainda é senador, tem para chamar o bicheiro de “PROFESSOR”? Exercemos uma profissão que tem por objetivo formar cidadãos, homens e mulheres para servirem a sociedade com justiça e lealdade, numa profissão que ganha bem abaixo do salário de um senador da República, e muito menos que os milhares de reais e dólares que estes dois senhores estavam ganhando com irregularidades.

Já vi e ouvi inúmeros adjetivos para professor, mas sermos comparados com um bandido, essa foi o fim. Todo professor deve repudiar tal conduta e repassar sua indignação que já não são poucas e agora termos nossa profissão que não nos foi imposta ou colocada em nossas mãos por necessidade, mas sim por amor e dedicação, é duro ler e ouvir a minha profissão ser usada para esconder o nome de um corrupto, ficamos ao menos três anos na faculdade, passamos por seleções, cursos, pós, nos dedicamos ao que fazemos, para isso?

Espero que os alunos leiam o que foi dito por estes dois senhores, este senhor não pode ser considerado nem “professor do crime” ,pois nós não nos prestamos a tais condutas e quem faz isso deve receber outro codinome ou adjetivo. Por isso peço aos que ainda continuam cometendo crimes, não usem o nome “PROFESSOR”, em seus atos ilegais, não manche nossa categoria, não utilize na sua falta de ética e conduta a profissão que é a redentora deste país, que sofre mas continua firme, por que a luta continua, por tanto PROFESSORES SIM, bandidos jamais!

*Vìtor Andrade

Professor de História

Diretor do Sindicatos dos Professores em Estabelecimentos Particulares do DF-SINPROEP-DF

5 de abr. de 2012

A Fase do “Porque?” nunca acaba, Porque?

Vítor Andrade

A fase do por que, ou melhor dos porquês? É um assunto não apenas comportamental correspondente a fase da criança, mas que aflige os adultos no aspecto social e político. Segundo Piaget o período de desenvolvimento do individuo inicia-se no intra-uterino e vai até aproximadamente aos 16 anos que é o construtivismo seqüencial.


O Período intuitivo que vai aproximadamente dos 4 aos 7anos de idade é justamente o período que nós denominamos a fase dos porquês? Mas na vida política e social adulta, concluí que nada é concreto e tudo é abstrato. Outro dia me perguntava por que o Metrô-DF, está fechando o espaço cultural e a biblioteca nas estações e no lugar coloca caixa eletrônico? Muito abstrato.


Todos os dias eu me pergunto por que eu pago impostos duas vezes, eu pago imposto suficiente para o Estado me fornecer saúde pública, e ele não fornece e porque eu preciso pagar um plano de saúde para ser atendido no setor particular? Ou mais, por que tenho que pagar para ter educação pública de qualidade e tenho que pagar escola particular para meus filhos se quiserem fazer uma faculdade pública?Por quê? Porque a ordem é inversamente proporcional na maioria dos casos quem estuda na rede pública vai cursar faculdade na rede particular, e quem estuda na rede particular vai para rede pública, por quê?


No Distrito Federal até o dia que terminei este artigo tinha 90 homicídios nos quatro primeiros meses de 2012, sem contar assaltos, seqüestros relâmpagos e outros crimes, em uma cidade com aproximadamente 2 milhões e 600 mil habitantes , numa renda per capita de aproximadamente R$8.000,00 muito mal distribuídos, esses são dados do DF, mas aqui cada um e cada uma que recebe este texto pode avaliar seu Estado, e mais uma vez que pergunto: Por quê?


Por que vivemos num país em que a mortalidade infantil supera 19% Por quê? Talvez seja porque ainda temos secretários como o de Juventude do Distrito Federal que envia TWITTER avisando onde ocorrerá blitz, não percebendo que essa atitude pode destruir vidas e sonhos, e o governo para resolver o problema resolve, extinguir a secretaria e transformar em coordenadoria, e coloca como coordenador, sabem quem? O mesmo ex-secretário do TWITTER, que não fez absolutamente nada, e sabe por quê? Porque é incompetente moral e intelectual, por que se tivesse o mínimo de decência sumiria da vida pública, por ética ou vergonha. É assim que o Estado se preocupa com o jovens que são futuro e presente?


Mas por quê? Por que 14º e 15º salário? Mas por que o parlamentar não pode ter o salário de quando entrou no parlamento? Mas por que o professor não faz greve por que na frente da escola não tem faixa de pedestre? Por que a cerveja é mais barata que um livro? Porque tenho que pagar multas e na rua tem buraco que estragam os pneus dos carros que são arrumados em oficinas particulares? Por que o Estado só faz obras públicas oito da manhã ou ao meio dia? Por quê?


Porque chamamos o parlamento de um bando de palhaços ou que lá é palhaçada e não valorizamos a profissão do palhaço tão mal reconhecida, eles não merecem. E por que não fazemos nada? Por que no domingo ainda assistimos Regina Casé, depois pulamos pro Faustão, futebol, mais Faustão e Fantástico, o que tem de fantástico? Ah sim, tem o BBB com o apresentador que batia na esposa apresentando o programa, e quem diria mais de 20 anos atrás cobrira a queda do muro de Berlin.


Pois bem não saímos da fase do porque, e agora quando as crianças vierem com os famosos porquês? Tenhamos mais atenção com elas afinal elas são o futuro da nação e nela devemos depositar nossas esperanças de um mundo melhor, não como disse o Pelé no seu milésimo gol, que devíamos cuidar das criancinhas e depois saiu negando partenidade e a trocando por imóvel, as dúvidas que as crianças têm são as mesmas que nós temos, “mas eu fico com a pureza da resposta da criança”, elas não têm maldade, e por quê? Porque o Reino é das crianças, e o mundo é dos adultos.


As respostas dos porquês teremos quando tivermos uma sociedade, sem preconceitos, mais iluminista com mais auto estima, isso por que falta sentirmos em nós a dor do próximo, com igualdade teremos uma sociedade mais instruída e critica, bem informada, e independente do Estado, onde teremos mais liberdade, buscando ser mais fraternos, para que os problemas sejam sanados de maneira justa e perfeita, e pararmos de por a culpa nos outros e fazer uma reflexão de nós mesmos, talvez existirão menos perguntas, e teremos mais respostas.