* Vítor Andrade.'.
Tenho
a preocupação com a educação, e com o futuro de nosso país, que
passa pelo professor e pela sala de aula, a cada dia que passa o profissional
de educação lida com as mais diversas situações. Acredito que tudo deve ser
foco de estudo, assim como tenho reparado no comportamento de muitos alunos ao
longo dos últimos três anos. Uma característica tem me deixado muito preocupado
é a questão da violência, e aqui não
adianta dizer que sempre foi assim, ou que no meu tempo não existia ou existia, pois ultimamente
a agressividade tem sido maior,
comprovado estatisticamente.
Alguns
motivos devem ser considerados, quando em alguns anos atrás se reportava ao
BOXE que era uma luta considerada marginalizada,
um esporte que quem praticava ou assistia recebia várias criticas taxado como
um esporte violento, o que na opinião de muitos educadores é sim violento. O
pugilismo surge na Inglaterra em meados do Século XVII, mas que nas olimpíadas
da antiguidade já era utilizado, hoje é um esporte olímpico, até os anos 90 eram
televisivas várias lutas, mas foi
perdendo sua força para um esporte, que enquanto o boxe “bombava” ele apenas
nascia: a “luta - livre” que anos mais tarde viraria UFC, com o estilo MMA ou
no português Múltiplas Artes Marciais, transmitido nos anos 2000 por uma emissora de
TV aberta brasileira em ascensão para todos os lares, no horário em que a
maioria da família estava em casa, aos sábados a noite.
Muitos socos, muitos chutes e muito sangue escorriam pela tela da TV, enquanto inspirava jovens a irem a ruas e academias de luta para praticarem golpes que a principio seriam de defesa pessoal, mas infelizmente estamos lidando com um esporte que tudo pode, que todos podem praticar e não adianta dizer que os atletas pregam boas praticas e que é um esporte como qualquer outro, que não é, esse esporte está indo para os lares para a sala de aula, quem pôde ver a luta do “atleta” Anderson Silva tido como um verdadeiro mestre por que é calmo e tem voz fina, me senti assistindo um jogo de futebol ao ver o Sr Galvão Bueno narrar: “ direita, esquerda, direita, esquerda, esquerda, direita...” e comentar ao total foram nove golpes, parecia o Galvão dizer: “ lá vai Ronaldo, driblou um , driblou dois, driblou Três...”, permito aqui me dizer que nunca havia assistido uma luta, mas resolvi assistir depois de presenciar que nas ruas haviam até apostas, como se fosse rinha de briga de galos, e ao final ouvir o jargão : “ Brrasilllllll”, poderia ter sido um homicídio culposo via televisão, e o a Brasil teria um vencedor, a TV dita o que o povo deve ver, e o povo aceita. Os Engenheiros do Hawaii diziam: A história se repete, mas a força deixa a estória mal contada, e o fascismo é fascinante deixa a gente ignorante fascinada.
Desculpem-me
os lutadores, os que assistem os que defendem, mas nós educadores somos
totalmente contrários, estão assistindo ao MMA crianças, adolescentes, nas
lojas de brinquedos estão expostos bonecos de lutadores de MMA, vendidos
como brinquedo e não como de colecionadores,
é difícil o controle de acesso, mas o Estado tem que perceber que uma simples
luta pode ser tornar um problema social, quem lê esse artigo acha que é um mero exagero ou
que é mais um educador fazendo proselitismo pela paz, mas não é, estamos lidando
com isso diariamente, mas não digo apenas de agressão física é a agressão
verbal, é o “Bullyng”, e tudo isso passa pela família, ela deve estar presente
na vida de jovens e crianças como um ninho de compreensão de amor, e não apenas
para apagar conflitos, incendiados muitas vezes pela ausência em coisas simples
como perguntar: “ como foi o seu dia na escola hoje?” ou ir as reuniões de pais
alunos e mestres nas escolas, famílias de pais, juntos ou separados têm que
viver a vida de seus filhos junto com eles, sendo participativos e orientando.
A
Criança segundo Vygotsky, possui funções
psicológicas que caracterizam-se por reflexos,
e os processos mais complexos ou superiores, é o que ele dizia , nos
permite diferenciar dos demais animais, e que tudo se forma e se diferencia pelo
aprendizado, é o fato de uma criança ter condições vitais e biológicas de falar e se desenvolver, mas só se desenvolverá sua
fala, interagindo como pessoas mais velhas que já desenvolveram a habilidade de
falar. Portanto nossas crianças e jovens estão aprendendo cada vez mais cedo o
que é violência, o que é palavrão, o que é a sexualidade muitas vezes aprendida
com a pornografia. Portanto nós pais, educadores, adultos, reflitamos que exemplo deixaremos para as
gerações futuras, e se estamos educando, se estamos sendo bom exemplo, pois
nossas crianças e nossos jovens serão nosso reflexo, não importando como ele
será, se a violência está em alta paremos para pensar, até que ponto não sou eu
o responsável, até que ponto a TV está educando meu filho e até que ponto não
estou deixando para o professor fazer o que eu deveria estar fazendo, portanto
“ eu fico com a pureza da resposta da
criança...”