22 de mai. de 2012


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33ª SEMANA DE HISTÓRIA DO UNICEUB
TEMA: LEITURAS CONTEMPORÂNEAS DA HISTÓRIA

 22/maio
 (terça-feira)
 Local: Salas de Aula do Bloco 6

19h30- 22h30: Simpósios Temáticos
ST 01: Sala 6106
ST 02: Sala 6107
ST 03: Sala 6108
Sessão I- Mesas de Comunicações Coordenadas




“A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL- 1822” por VÍTOR ANDRADE.


Data: 21 a 25 de maio de 2012

Introdução

A Semana de História do UniCEUB consiste em um importante espaço de articulação entre pesquisa e formação acadêmica para nossos estudantes. Em sua 33ª edição propomos ampliar o seu âmbito de atuação, debatendo publicamente temas relevantes para a historiografia produzida no Brasil. Este evento concede um espaço privilegiado ao debate dos estudos e pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pelos docentes, pós-graduandos e graduandos em História e de áreas afins do Centro Universitário de Brasília e de outras instituições do Distrito Federal. O tema desta edição foi escolhido em reunião do colegiado, após consulta prévia entre os estudantes, sendo intitulado “Leituras Contemporâneas da História”. Tal tema busca contemplar as diferentes possibilidades de leitura e produção no campo historiográfico, enfatizando novas abordagens inscritas na contemporaneidade e em especial, os diálogos interdisciplinares estabelecidos nos meios acadêmicos entre a história e outros campos de conhecimento.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES- 33ª Semana de História do UniCEUB
21/maio
(segunda-feira)
Local: Auditório do Bloco 8
19h30
- Apresentação do Coral UniCEUB
- Conferência de Abertura com Prof. Dr. Marcos Silva (USP)
“Escrever e Ler História- Perspectivas Contemporâneas”: Comentário do Palestrante: Habituamo-nos a ler e escrever uma Historiografia erudita que circula entre pares, pessoas que, como
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nós, têm formação universitária em História ou áreas próximas. Essa tradição favorece uma leitura e uma escrita rigorosas técnica e teoricamente, conquista importante. Em contrapartida, limita a circulação do conhecimento que produzimos, transforma-o numa espécie de protocolo de reconhecimento entre iguais ou de exclusão daqueles que são considerados incapazes para atingirem um nível de excelência acadêmica. Um desafio que os profissionais de História enfrentam é ultrapassar aquele limite, preservando patamares de qualidade em sua produção. O debate sobre Ensino e Difusão (escritos para-didáticos ou de divulgação, organização de exposições, internet etc.) é uma via para procurar realizar aquela superação.
- Coquetel com Lançamento de Livros: “RIMBAUD ETC. - HISTÓRIA E POESIA” (Hucitec, 2011); e “VER A HISTÓRIA - O ENSINO VAI AOS FILMES” (Hucitec, 2011).



 22/maio
 (terça-feira)
 Local: Salas de Aula do Bloco 6

19h30- 22h30: Simpósios Temáticos
ST 01: Sala 6106
ST 02: Sala 6107
ST 03: Sala 6108
Sessão I- Mesas de Comunicações Coordenadas

19h- 19h15: Intervenção Cultural (Centro Acadêmico de História)

 ST 01 (Sessão I)- História, Raça e Gênero- Coordenação: Prof. Joelma Rodrigues e Prof. Salatiel Ribeiro
“Africana womanism: outra perspectiva sobre raça e gênero” por Joelma Rodrigues da Silva (UniCEUB)
 “Mulheres mágicas: autonomia e cura de corpos, saberes populares tradicionais e a construção de conhecimentos não-hegemônicos” por Jéssika da Silva Montanha (UniCEUB)
 “Sobre mulheres e mitos: representações históricas sobre gênero” por Aline Casulari Pinhate (UniCEUB)
 “Homossexualidade e ambiente escolar: a teoria queer como proposta para formação inicial e continuada de professores” por Vinícius Lopes Torres (UniCEUB)

 ST 02 (Sessão I)- Direito, Justiça e Memória- Coordenação: Prof. Ana Catarina Zema e Prof. Marcelo Tadeu dos Santos
 “As políticas do perdão e a reconciliação na Austrália e no Canadá” por Ana Catarina Zema de Resende (UniCEUB/ UnB)
 “Marbury v. Madison (1803): o judiciário americano e a conquista de sua autonomia” por Eduardo Ubaldo Barbosa (UnB/ UniCEUB)

“A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL- 1822” por VÍTOR ANDRADE.



 “A construção mitológica do herói – de Gilgamesh a Tiradentes” por Denilson Alexandre Coelho (UniCEUB)

 ST 03 (Sessão I)- Fontes Documentais e Pesquisa Histórica- Coordenação: Prof. Cristiane Portela e Prof. Deusdedith Jr.
“Historiografia goiana: quando a história escrita se torna documentos” por Deusdedith Rocha Jr (UniCEUB/ UnB)
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“Brasília para além do mito fundador: W3 Sul memória coletiva” por Marcelo Emanuel dos Santos (UniCEUB)
“Eu até hoje sou amigo do Núcleo Bandeirante: identidade local e fontes documentais para uma história do DF” por Henrique Medeiros Alves Fernandes (UniCEUB)
“Pensar Brasília, pensar história, pensar cinema” por Anna Lorena Morais (UniCEUB)
“Cinema é mais do que agente da história” por Jéssyca Lorena Alves Bernardino (UniCEUB)
23/maio

(quarta-feira)
 Local: Salas de Aula do Bloco 6

19h30- 22h30: Locais dos Simpósios Temáticos
ST 01: Sala 6106
ST 02: Sala 6107
ST 03: Sala 6108
Sessão II- Mesas de Comunicações Coordenadas
19h- 19h15: Intervenção Cultural (Centro Acadêmico de História)

 ST 01 (Sessão II)- História, Raça e Gênero- Coordenação: Prof. Joelma Rodrigues e Prof. Salatiel Ribeiro
“A representação do feminino como exercício de subversão no discurso fílmico de Glauber Rocha” por Salatiel Ribeiro (UniCEUB/ UnB)
“O processo de construção da identidade do jovem negro” por Lívia Gomes de Luccas (UniCEUB)
“Três ensaios conjugados sobre a questão quilombola” por Ylian Augusto César Thediga Pires (UniCEUB)
“Reflexões sobre identidade negra e análise da revolta dos malês no livro didático de história” por Manuela de Novaes e Silva Alves (UniCEUB)
 ST 02 (Sessão II)- Direito, Justiça e Memória- Coordenação: Prof. Ana Catarina Zema e Prof. Marcelo Tadeu dos Santos
“Repreender o mal e conservar o bem: o papel do monarca no antigo regime em Portugal” por Marcelo Tadeu dos Santos (UniCEUB)
“Um estudo das teorias de Benjamin aplicadas à poética de Maiakovski” por Rafael Rangel Goulart (UniCEUB)
“O Presidente Negro” por Bruna Santana Fernandes (UniCEUB)
“Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: compreensões de cidadania por Miguel Alves dos Santos” por Gleno Ervandil Faria da Costa e Julio Cesar Fernandes de Souza (UniCEUB)
“Política e Cotidiano em Santa Maria” por Aline Corrêa Viana (UniCEUB)
 ST 03 (Sessão II)- Fontes Documentais e Pesquisa Histórica- Coordenação: Prof. Cristiane Portela e Prof. Deusdedith Jr.
“Reflexões sobre um percurso metodológico: notas sobre pesquisa histórica e documental” por Cristiane de Assis Portela (UniCEUB/ArPDF/UnB)
“Representações acerca dos indígenas de Goiás: investigando a revista do IHGB (1839-1889)” por Isabel Escobar Crescencio (UniCEUB/ UnB)
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“Águas Lindas: uma história contada por anônimos” por André Magalhães de Souza (UniCEUB)
“Brasília: quase uma segregação perfeita” por Joseil Geraldo Martins (UniCEUB)
”Entre sonhos, utopias e realidade: a presença da mulher no cotidiano dos movimentos sindicais” por Aurora da Silva Pereira; José Rubevan de Oliveira Lucena e Nayara Magalhães dos Santos (UniCEUB)
24/maio

(quinta-feira)
Local: Auditório do Bloco 8
19h30
- Conferência de Encerramento- Prof. Ms. Leandro Bulhões (UnB)
“Olhos novos para o novo: dilemas e perspectivas do fazer e viver a história”
Comentário do palestrante: “Olhos novos para o novo”! Esta frase, proferida pelo poeta baiano Pedro Kilkerry, em 1913, traz à tona a necessidade da novidade de espírito dos sujeitos em relação às inúmeras possibilidades de interação destes com os movimentos da história. Nesta perspectiva, o “novo” é um fenômeno que perpassa um “todo” constituído pelos eventos e indivíduos. Como a vida, a historiografia também é constituída de movimento. De que modo as recentes abordagens, temáticas e metodologias do fazer historiográfico podem transformar a História, a sociedade e os sujeitos?
- Coquetel com exposição de livros para aquisição

25/maio
(sexta-feira)
Local: Ginásio de Esportes do Bloco 4
19h30- 22h30
Atividade Cultural de Encerramento (CA de História)
21 a 25/maio
(de segunda a sexta)
Locais:
Hall do Bloco 6
e
Hall do Bloco 8
Exposição Fotográfica – Arquivo Público do DF (ArPDF)
Tema: Brasília- retratos de uma história
Realização:
Curso de História do Centro Universitário de Brasília
Centro Acadêmico de História
Apoio:
Arquivo Público do DF

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Formato do evento e descrição
Durante a semana de 21 a 25 de maio de 2012 serão organizadas conferências, simpósios temáticos, mesas de comunicações coordenadas, lançamentos de livros, exposição de trabalhos em banners, exposição fotográfica e atividades culturais.

As inscrições são gratuitas e feitas online, por meio do site do UniCEUB e/ou do e-mail (historia@uniceub.br). As atividades acontecerão em dois espaços: Bloco 6 e Bloco 8. O Bloco 6 é o espaço reservado para os simpósios temáticos com apresentação de comunicação coordenada e atividades culturais. Para as Conferências e Lançamentos de Livros será utilizado o Auditório do Bloco 8.
As conferências possibilitam contextualizar o campo de produção historiográfica no Brasil, estabelecendo interlocução com pesquisadores reconhecidos nacionalmente pela relevância de sua produção. É o caso de nossos conferencistas que farão a abertura e encerramento do evento: Prof. Dr. Marcos Silva (USP) e Prof. Msc. Leandro Santos Bulhões (UnB).

Os lançamentos e exposição de livros permitem divulgar a produção acadêmica dos historiadores da instituição e de pesquisadores convidados.

Os simpósios temáticos serão organizados pelos/pelas professores/professoras do Curso de História com o objetivo de abordar temas relevantes para o campo de produção da História, apresentando diferentes perspectivas historiográficas. Os temas são propositalmente abrangentes e dialogam entre si, o que nos permite alcançar o público alvo do evento: graduandos, estudantes egressos da instituição e pós-graduandos já envolvidos em atividades de pesquisa. Cada simpósio será coordenado por dois professores. Os simpósios serão compostos por mesas de comunicações coordenadas, espaço destinado para apresentação de trabalhos diversos, inscritos individualmente e previamente selecionados pelos coordenadores. Além do tempo disposto para a comunicação individual (15 min.), será reservado um momento para o debate entre os participantes da mesa e o público.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 01- HISTÓRIA, RAÇA E GÊNERO- Coordenação: Prof. Joelma Rodrigues e Prof. Salatiel Ribeiro
Proposta do Simpósio: Este simpósio configura-se como um espaço de troca de experiências de pesquisa entre profissionais da História e aspirantes. Tem como objetivo especular procedimentos teóricos e metodológicos que auxiliem na compreensão dos processos e dos dispositivos por intermédio dos quais as noções de realidade (e os papéis sociais) se cristalizam. Tem como foco os estudos que envolvem questões de raça e de gênero, e busca – a partir de uma perspectiva culturalista e pós-estruturalista – abordar as diversas estratégias de relações de força que condicionam (e são condicionados por) certos tipos de saber ligados àquelas categorias.

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SIMPÓSIO TEMÁTICO 02- DIREITO, JUSTIÇA E MEMÓRIA- Coordenação: Prof. Ana Catarina Zema e Prof. Marcelo Tadeu dos Santos
Proposta do Simpósio: O objetivo deste simpósio é o de estabelecer uma discussão que abarque a complexa relação entre justiça, direito e memória, procurando um diálogo que demonstre as possibilidades em torno de abordagens que se pautam no campo da História Social e Politica. Dentro desta perspectiva, abre-se a possibilidade de uma gama de novas análises, encontros e publicações em que os olhares sobre as questões politicas ultrapassam as velhas fórmulas limitadas pelas ações dos grandes homens e dos grandes feitos. Neste contexto, surgem novos estudos sobre o papel do direito e da justiça, onde a memória aparece como espaço de disputas que são configuradas por complexas teias de relações de poder e antigos conceitos são abordados a partir de novas perspectivas. Assim, pretendemos redimensionar as noções e conceitos acerca das ações individuais e coletivas, na medida em que são ampliadas as perspectivas das relações do politico nos vários âmbitos da vida social. Trata-se de um esforço no sentido de demonstrar a importância que os estudos sobre as ações politicas formais e informais, memória, biografias, cotidiano e cultura são fatores que enriquecem essa nova perspectiva no campo historiográfico.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 03- FONTES DOCUMENTAIS E PESQUISA HISTÓRICA-Coordenação: Prof. Cristiane Portela e Prof. Deusdedith Rocha Jr.
Proposta do Simpósio: Este simpósio busca constituir um espaço para interlocução entre pesquisadores – profissionais acadêmicos e em formação – que reflitam acerca das diferentes perspectivas de pesquisa histórica, e em especial àqueles que têm se dedicado à utilização de fontes documentais para tratar da história local e/ou regional - leia-se a história de Brasília e do Distrito Federal - em uma compreensão ampla e que sinalize novas proposições historiográficas. A expectativa é a de que possamos estreitar relações e articular uma rede de contatos para a troca de experiências, de forma que se estimule a contribuição mútua entre os historiadores e outros profissionais que trabalham com temas relacionados à história local/regional, incentivando assim o desenvolvimento de novas pesquisas que tratem o tema.

PRAZOS E ORIENTAÇÕES PARA ENVIO DE COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
Para apresentação de trabalho nos simpósios temáticos:
As propostas de comunicação deverão ser encaminhadas até 15/05/2012 para o e-mail historia@uniceub.br, com o seguinte formato: resumo de 10 (dez) linhas, em fonte times new roman, tamanho 12 e espaçamento simples. Deve conter: título, nome completo, titulação e vínculo institucional do proponente e 03 (três) palavras-chave.

Para publicação dos textos completos nos anais do evento:
Para a publicação dos trabalhos nos Anais do evento, os proponentes devem encaminhar até 30/05/2012 o texto completo apresentado no simpósio, observando as seguintes características: o texto deverá conter entre 08 e 12 laudas, ser escrito em fonte times new roman, espaçamento1,5. As citações devem ser apresentadas com espaçamento simples, recuo 4,0 à esquerda, fonte 11.

6 de mai. de 2012

A.'.G.'.D.'.G.'.A.'.D.'.U.'.
Abolição da Escravatura.
*Prof.’. Vítor Andrade.’.

A lei 3.353 de 13 de Maio de 1888, foi assinada  pela então Princeza Imperial Regente, Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, mas este é apenas o desfecho de uma história de dolorosos capítulos de um problema não totalmente resolvido, onde tem inicio, meio e esperamos o seu fim.

A termo escravidão vem do latim SLAVUS, ou SLAVO,SCRAVUS  que significa uma pessoa ser dependente ou dominada da outra, acredita-se que em vários períodos da história muitas pessoas de etnia Slava foram capturadas e escravizadas. A escravidão está presente na Idade Antiga, presente no cotidiano do povo Grego, Romano, Hebreu, enfim a escravidão sempre existiu, mas, temos que deixar de lado um pouco a historiografia geral e focarmos o olhar na abolição da escravatura no Brasil.

Existem alguns pontos a serem considerados para entendermos a abolição no Brasil, o primeiro é que os africanos  já haviam sendo escravizados e escravizando desde a época das Cruzadas, a escravidão era um mercado bom e lucrativos para principalmente os Árabes. Outro ponto é que os próprios africanos como por exemplo na costa do Benin, Angola, eram povos que guerreavam entre si, e que naturalmente os perdedores desses conflitos serviam de escravos aos outros povos.

Entre os Séculos XV e XVI, a mundo  viveu o períodos das Grandes Navegações, o que para o período pós renascimento, ao qual o homem experimentaria novas vivências, entre elas descobrir novas terras, nesse novo contexto, Espanha e Portugal sairiam a frente, pois há indícios de que muito tempo antes já haviam outros povos explorando várias partes do planeta, no caso do Brasil os portugueses começaram a negociação escravista com a áfrica no século XIV no processo de colonização do continente, a África era um continente modestamente rico, pois fazia comercio com os árabes por muitos  séculos, trocavam escravos, ouro, marfim e em troca recebiam  jóias, sal, e alguns utensílios, data-se que em 1415 Portugal teria atacado violentamente Ceuta hoje localizada ao norte da África e parte da Espanha, sendo assim a primeira imposição de força para obtenção de escravos e outras riquezas.

O Brasil em 388 anos de escravidão recebeu aproximadamente 6 milhões de negros vindos da África,  uma  razoável quantidade de  escravos eram de origem islâmica, e outros tinham religiões próprias e oriundas da própria África, em termos de organização não se pode pensar que os escravos eram pacíficos diante de tal exploração, houveram Levantes populares, mortes, e fugas, e aqui cabe lembrar da formação dos quilombos. Por outro lado os índios foram sendo dizimados mas não tinham como características serem escravos,  a Igreja por um lado era contrária a escravização dos índios, já em meados do século XVIII o marquês de Pombal resolve proibir  a escravidão indígenas  por motivos políticos e econômicos.

A escravidão no Brasil passou pelo ciclo do ouro, da cana de açúcar, do café, mas com a chegada da família Real a situação começou a mudar, a corte precisava de serviçais, e o Estado também, e a mão-de-obra escrava negra era a mais utilizada. A corte não pretendia o fim da escravidão após a Independência em 1822 a escravidão viria a ser discutida por vários fatores, o próprio príncipe regente D.Pedro I não concordava com a idéia de escravidão, José Bonifácio de Andrada e Silva defendia a idéia de eliminação gradual da escravidão. Em 1831 após a abdicação do trono de D.Pedro I em favor do seu filho, e por pressões da Inglaterra forçaram o Brasil a declarar libertos todos os africanos que desembarcassem no Brasil, nosso Regente Feijó, haveria dito: “  é uma lei só para inglês ver”.

Já no segundo Império D. Pedro II, até mesmo pela sua formação moral e cívica , não tinha real noção do que seria mexer na questão da escravidão no Brasil, quando é decretada a Lei Bill Aberdeen e 1845 o Imperador tinha 20 anos, e tinha que governar desde o golpe da maioridade, sabia também que politicamente tinha que se sustentar com a Inglaterra, e que levou o Brasil a decretar paralelo a isso a lei Eusébio de Queirós, a lei proibiria o trafico mas não alteraria a condição de escravos no Brasil. Aqui cabe enfatizar vários homens livre e de bons costumes que trabalharam para abolir de vez e escravidão no Brasil, Eusébio de Queirós, Luis Gama, Antonio Bento, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Ruy Barbosa, todos pertencentes a Maçonaria Brasileira, que funcionava em sua maioria pelo fim da escravidão no Brasil, inclusive Lojas compravam cartas de alforria.

A Lei do Ventre Livre, foi elaborada pelo Maçom e diplomata Barão do Rio Branco, que teve uma brilhante atuação na política brasileira reformou o judiciário, ampliou a lei do habeas corpus entre outras, em 1871 aproveitando a viagem do imperador à África, apresentou a Lei do Ventre Livre a princesa Isabel, lei que considerava livres todos os filhos de escravos nascidos a partir da sua data, a expressão ingênuos era usada aos filhos de escravos nascido a partir dessa data, e podiam escolher ou serem recolhidos pelo Poder Imperial ou ficar com os seus pais nas casa dos senhores de engenho até completarem 21 anos, sem muita opção acabavam ficando com os pais e logicamente com os senhores de engenho voltando a condição de escravidão, às vésperas da abolição total dos 400.000 ingênuos, somente 118 ingênuos foram entregues ao governo - os proprietários optavam por libertar escravos doentes, e deficientes físicos .

A Abolição da escravatura foi o “apagar das luzes” do governo Imperial, já desfragmentado, já em crise, e que ainda por cima sofria forte pressão da Inglaterra para que fosse proclamada, mesmo com a proibição do tráfico negreiro de 1850, com a Lei do Ventre-Livre de 1871 e com a lei Saraiva de Cotegipe ou dos Sexagenários de 1885. A abolição era uma causa defendida por alguns clérigos, por jornalistas, políticos e muitos Maçons entre tantas personalidades que foram fundamentais no processo. Evidentemente que havia uma boa parte do parlamento contra a abolição, tendo em vista que o Brasil tinha sua base de sustentação econômica voltada para a agricultura.

Ao perceber que já não havia mais o que fazer e visto que a proclamação da República iria ocorrer, logo foi levantada a idéia de indenização a todos os senhores de terras, engenhos e latifúndios, mas a Coroa não dispunha de recursos para suprir tal indenização. Percebendo que o Estado não indenizaria esses senhores, eles resolvem então aderir ao Republicanismo e a oposição a Coroa
No Dia 13 de Maio de 1888 data escolhida pela princesa Isabel em homenagem a data de nascimento do seu Bisavô D.João VI, o Brasil tornava livres seus escravos, é um romance histórico todo o enredo, mas os problemas ainda não haviam sido sanados, não houve uma política de reparação de danos nem a escravos nem a Senhores de escravos, o que agravou a crise política e social do Império. Os negros se viam perdidos e perambulando pelas cidades e pelos campos, não houve uma política de reforma agrária. Há uma possibilidade gigantesca de que se tivesse sido feita reforma agrária neste  período as diferenças sociais do Brasil seriam menores. A Coroa havia perdido um pilar muito importante na sustentação de seu governo que eram as elites agrárias e senhores de escravos, O fim do tráfico negreiro enfraqueceria a economia e a Coroa deveria criar alternativas para sair da crise, o que não conseguiu fazer.

O Haiti foi o primeiro país a abolir a escravidão1794, colônia francesa e o último país a abolir a escravidão foi a Mauritânia em  1981.

Prof.’. Vítor Andrade.’.
Professor de História
Pós Graduado em História da Maçonaria
Diretor do SINPROEP-DF