22 de jul. de 2012

O problema da violência, um problema para os pais.


* Vítor Andrade.'. 
Tenho a preocupação  com  a educação, e com o futuro de nosso país, que passa pelo professor e pela sala de aula, a cada dia que passa o profissional de educação lida com as mais diversas situações. Acredito que tudo deve ser foco de estudo, assim como tenho reparado no comportamento de muitos alunos ao longo dos últimos três anos. Uma característica tem me deixado muito preocupado  é a questão da violência, e aqui não adianta dizer que sempre foi assim, ou que no meu  tempo não existia ou existia, pois ultimamente a agressividade tem sido  maior, comprovado estatisticamente.

Alguns motivos devem ser considerados, quando em alguns anos atrás se reportava ao BOXE que era uma luta considerada  marginalizada, um esporte que quem praticava ou assistia recebia várias criticas taxado como um esporte violento, o que na opinião de muitos educadores é sim violento. O pugilismo surge na Inglaterra em meados do Século XVII, mas que nas olimpíadas da antiguidade já era utilizado, hoje é um esporte olímpico, até os anos 90 eram televisivas várias  lutas, mas foi perdendo sua força para um esporte, que enquanto o boxe “bombava” ele apenas nascia: a “luta - livre” que anos mais tarde viraria UFC, com o estilo MMA ou no português Múltiplas Artes Marciais,  transmitido nos anos 2000 por uma emissora de TV aberta brasileira em ascensão para todos os lares, no horário em que a maioria da família estava em casa, aos sábados a noite.

Muitos socos, muitos chutes e muito sangue escorriam pela tela da TV, enquanto  inspirava jovens a irem a ruas e academias de luta para praticarem golpes que a principio seriam de defesa pessoal, mas infelizmente estamos lidando com um esporte que tudo pode, que todos podem praticar e não adianta dizer que os atletas pregam boas praticas e que é um esporte como qualquer outro, que não é, esse esporte está indo para os lares para a sala de aula,  quem pôde ver a luta do “atleta” Anderson Silva tido como um verdadeiro mestre por que é calmo e tem voz fina, me senti assistindo um jogo de  futebol ao ver o  Sr Galvão Bueno narrar: “ direita, esquerda, direita, esquerda, esquerda, direita...” e comentar ao total foram  nove golpes, parecia o Galvão dizer: “ lá vai Ronaldo, driblou um , driblou dois, driblou Três...”, permito aqui me dizer que nunca havia assistido uma luta, mas resolvi assistir depois de presenciar que  nas ruas haviam  até apostas, como se fosse rinha de briga de galos, e ao final ouvir o jargão : “ Brrasilllllll”, poderia ter sido um homicídio culposo via televisão, e o a Brasil teria um vencedor,  a TV dita o que o povo deve ver, e o povo aceita. Os  Engenheiros do Hawaii diziam: A história se repete, mas a força deixa a estória mal contada, e o fascismo é fascinante deixa a gente ignorante fascinada.
Desculpem-me os lutadores, os que assistem os que defendem, mas nós educadores somos totalmente contrários, estão assistindo ao MMA crianças, adolescentes, nas lojas de brinquedos estão expostos bonecos de lutadores de MMA, vendidos como  brinquedo e não como de colecionadores, é difícil o controle de acesso, mas o Estado tem que perceber que uma simples luta pode ser tornar um problema social, quem  lê esse artigo acha que é um mero exagero ou que é mais um educador fazendo proselitismo pela paz, mas não é, estamos lidando com isso diariamente, mas não digo apenas de agressão física é a agressão verbal, é o “Bullyng”, e tudo isso passa pela família, ela deve estar presente na vida de jovens e crianças como um ninho de compreensão de amor, e não apenas para apagar conflitos, incendiados muitas vezes pela ausência em coisas simples como perguntar: “ como foi o seu dia na escola hoje?” ou ir as reuniões de pais alunos e mestres nas escolas, famílias de pais, juntos ou separados têm que viver a vida de seus filhos junto com eles, sendo participativos e orientando.

A Criança segundo Vygotsky, possui  funções psicológicas que caracterizam-se por  reflexos,  e os processos mais complexos ou superiores, é o que ele dizia , nos permite diferenciar dos demais animais, e que  tudo se forma e se diferencia pelo aprendizado, é o fato de uma criança ter condições vitais e biológicas de  falar e  se desenvolver, mas só se desenvolverá sua fala, interagindo como pessoas mais velhas que já desenvolveram a habilidade de falar. Portanto nossas crianças e jovens estão aprendendo cada vez mais cedo o que é violência, o que é palavrão, o que é a sexualidade muitas vezes aprendida com a pornografia. Portanto nós pais, educadores, adultos,  reflitamos que exemplo deixaremos para as gerações futuras, e se estamos educando, se estamos sendo bom exemplo, pois nossas crianças e nossos jovens serão nosso reflexo, não importando como ele será, se a violência está em alta paremos para pensar, até que ponto não sou eu o responsável, até que ponto a TV está educando meu filho e até que ponto não estou deixando para o professor fazer o que eu deveria estar fazendo, portanto “ eu fico com a pureza da resposta da criança...”