*Vítor Andrade.’.
Ir à escola vai muito além do que cumprir um trajeto, e permanecer nela
após algumas horas. Na Grécia antiga a escola era o lugar de formação integral
do homem, local de ócio digno que servia para se pensar em governar, criar e
guerrear, daí o nome Scholé que origina a palavra escola.
No Brasil a escola é obrigatória a partir dos 6 anos de idade não
isentando o Estado de fornecer as creches e também a pré escola. A família
deveria se preocupar em preparar a criança para ir até a escola, para que ela
sinta-se segura e se adapte o mais rápido possível ela, e não deixar isso por
conta dos educadores.
O que é percebido ao longo desses anos todos em sala de aula, é que
existe um bloqueio, uma falha na comunicação entre quem transmite o
conhecimento e quem é o receptor, uma clássica frase que acontece a uma criança
quando faz uma travessura na escola é dizer:- Aqui não é sua casa, na
verdade o educador esquece que a escola é a casa
dele também, o que ela não pode fazer é achar que é um ambiente em que ela pode
fazer tudo, ou então dizer:- não sou sua mãe, vai fazer isso na sua casa,
você vai para direção, isso para crianças de 6 anos aos 10, o que deve ser
feito é a orientação, a conversa com os pais, isso tudo na tentativa de
construir a lógica de ensino aprendizagem, onde o aluno já vem de uma carga
hereditária em desenvolvimento a ser construída e aplicada ao método clinico,
se ela recebe estes comentários ela vai se distanciando da escola e vai gerando
medo de errar ou de fazer algo que possa parecer errado, medo dos funcionários
da escola, o que pode ainda mais fazer com que ela não queira ir a escola.
Outro fator que cabe uma observação são educadores quererem construir a
escola e destruírem-na por outro lado, ocorre muito com os pré adolescentes e
até mesmo os adolescentes, ouvimos dizer: aqui os professores
não são mais “tios “ ou “tias”, o que já é uma
barreira, são vários professores, vários livros, ou ouvir o professor dizer:“- agora você está no sexto ano, não está mais
com a tia”, isso pode gerar um distanciamento escolar, o que muitos podem
tirar como “frescuras” mas não é, lembrando estamos em um processo de formação,
e não podemos começar a fazer um bolo pelo recheio é necessário cumprir cada
etapa, passo a passo, brincar e estudar cada um na sua hora certa.
O Lúdico é por vezes perdido de acordo com o avançar da idade e idade
acadêmica, perdem-se as brincadeiras, a leitura, o professor pede para fazer a
leitura silenciosa, mas nunca trás algo de novo para ler aos alunos, isso pode
causar desgosto por ir a escola. Não existem mais brincadeiras, não existem
mais momentos de lazer, parece que isso é coisa da educação infantil, essa
barreira pode criar um desinteresse em estudar, e a partir do 6º ano até a
faculdade a ludicidade acabou, será algo do passado, tido como boas lembranças,
mas o professor deve ter noção que pode propiciar momentos lúdicos até mesmo na
faculdade com seus alunos é o que terá como diferencial no processo de
aprendizado, e eles vão querer ir a escola, pois lá é o lugar do Ócio Digno, de
criar, pensar e ser amado.
Por fim o professor deve trocar a conversa pelo diálogo, pelo
questionamento, por momentos de interação, alunos não são números, hoje há
muita conversa e pouco diálogo, temos que lembrar que são Seres Humanos
carentes de informação e não ouvir a frase : “- eles gostam de ir a escola, o
que não gostam é de estudar” eles estão na escola, lugar de ser feliz, de fazer
amigos de amar de serem amados eles tem que gostar dos dois e isso depende
da estrutura educacional, de todos aqueles que fazem a escola existir, para
aqueles que fazem a escola acontecer ou seja para os alunos.