18 de set. de 2014

Quem tem medo do Lobo Mal?



Engraçado a gente quando criança ouve as estórias de lobo e se assusta, depois quando atingimos a adolescência e a fase adulta de nossas vidas, vamos nos deparando com situação que nos levam a crer que o Lobo mal sempre existirá em nossas vidas. Na esfera política do Brasil  sem querer se alongar muito, podemos propor um pequeno período de tempo, para ser mais preciso do Golpe militar  às eleições de 2014.

Como o povo tinha medo do lobo mal comunista, que iria estatizar terras, comer criancinhas, chamado Jango, daí entram os militares em cena como verdadeiros “lobo mal”, onde iriam  moralizar o país e deixar ele em  uma situação estável, mesmo assim ainda havia o medo do “lobo mal” subversivo que lutava por uma democracia ao país.

Durante o período de Guerra Fria os militares na América, financiado pelos Estados Unidos, tinham os Soviéticos como um verdadeiro lobo mal capaz de engolir todos que se manifestassem contra, o Brasil não ficou imune, o Militares no poder decoraram a cartilha e fizeram o dever de casa, até os Estados Unidos verem que o lobo mal internacional não aparentava mais medo e assim deixou o Brasil na situação de entregar o Estado nas mãos de civis verdadeiros lobos Maus.

Neste período da história via-se um povo confuso politicamente, mas com muitas opções para o país, o PT era uma fábrica de produzir lobo mal pela sua proximidade ao socialismo e Lula o maior Lobo de todos, que era capaz de mudar a cor da bandeira de vermelho, e anos mais tarde se viu que o verdadeiro Lobo Mal seria o Collor. De lá para cá o Lobo já foi FHC, FMI, Banco Central, CPMF, e o PT na oposição.

Com a eleição de Lula em 2002 o povo percebeu que o Lobo não era tão mal e que o Brasil tinha jeito, até eleição de Dilma, mesmo com todos os escândalos políticos como mensalão, entre outros onde o povo viu nos acusado verdadeiros lobos maus e deram uma chance para Dilma.
Marina Silva e Joaquim Barbosa são os maiores responsáveis pelas noites de sono mau dormidas de Lula, Marina tem um perfil político muito mais popular e histórico que Dilma, negra, nortista, os pais morreram cedo, quase ficou cega, se alfabetizou tarde e formou-se em história muito tarde, passou de câmara de vereadores a Senadora e Ministra, mas por ser de uma ala radical do partido e pela falta de simpatia do partido pelo seu nome, não teve condições de sair candidata a presidente pelo PT. Aqui dois verdadeiros Lobos maus.

 As vezes o Lobo mal não está tão longe, está perto, é só observar a Candidata Marina Silva, que lutou tanto no Acre contra lobo maus do sistema, que viu Chico Mendes ser morto lutando por um povo desprovido da presença do Estado, ver Marina se aproximar de tudo que ela sempre combateu bancos, capitalismo, poceiros, por ala radical de cristãos evangélicos assumindo uma cartilha política imposta fazendo tudo pela governabilidade, Marina um verdadeiro Lobo Mal. Joaquim Barbosa, indicação de Lula ao STF, tinha todo perfil de um governo de frente popular, origem pobre, negro, que passou  por inúmeras dificuldades assumiu o maior cargo do judiciário brasileiro, e por sua vez mandou para cadeia políticos e empresários envolvidos em esquema de corrupção, verdadeiros lobos maus, e para muitos Joaquim Barbosa é outro lobo mal.


Portanto vivemos uma democracia fragilizada, um estado fraco, mal aparelhado, que abre brechas a corrupção e a impunidade  que ainda não percebeu que está havendo uma mudança social, que o povo está lendo mais, que os jovens estão indo para universidade, que o judiciário nunca trabalhou tanto, mas que precisa de mudanças o Estado precisa de reformas, o Lobo mal  da ignorância está morrendo, da impunidade, do aletramento, da pobreza, mas ainda há muito a ser feito, quem sabe uma reforma educacional seria o grande caçador. A política não pode ser encarada como um lobo mal e sim como um mecanismo de mudança, uma opção de abertura de mentalidade e de desenvolvimento, e para que os indivíduos possam viver em harmonia e não como acrescentava Hobbes: “ O Homem é o Lobo do Homem”.

5 de set. de 2014

07 de Setembro, Brasil, Independência ainda que tardia

*Vítor Andrade


07 de Setembro. O que se comemora neste dia? A escola da história positivista, principalmente dos anos 70 aos 90 tem a resposta exata, a escola de história marxista tinha a sua critica de reflexão sobre a data e fazia uma alusão a luta de classes, a história critica fazia questão de questionar o valor, seus símbolos e significados. Pois bem os anos 2000 chegaram e no Brasil não conseguimos chegar a um consenso. Seria o Sete de Setembro um retrocesso cultural ou um adormecimento cultural? Hoje não se faz nenhuma alusão a data e também não se tem apontamentos congruentes, a não ser aqueles que ficam restritos aos debates acadêmicos.

Pois bem a data de 07 de setembro não é  um acontecimento teatral realizado as margens do Rio Ypiranga, hoje já é possível ter uma noção clara dos fatos que contribuíram para este evento, hoje é observado outros pontos, linhas e viés de estudos para explicar tal evento. A comemoração existe devido a lei 662 de 1949, alterada em 2002 pela lei 10 607. No Brasil, caso o 07 de setembro caia em um sábado ou um domingo para a população é data morta, ao contrário do 04 de julho nos Estados Unidos, onde há um valor patriótico, heróico, fenômeno muito parecido com José Martí em Cuba, com Simon Bolívar na Venezuela. Aqui o candidato a herói nacional, D. Pedro I é substituído por jogadores de futebol, e até participantes de reality show. Justifica-se, em parte, pelo fato de que o príncipe regente não herda um caráter libertador como os outros citados, e sim de um absolutista e centralizador político, que conduzia o país para não ter que seguir as ordens de seu pai D.JoãoVI determinava na Europa. Um Independência feita sem revolução, sem a participação popular, e com ausência de lutas tendo apenas alguns focos de resistência.

A data de  07 de Setembro é comemorada com desfiles cívicos e militares, aqui se tem mais ênfase na monarquia, do que na República, hoje em dia no desfile, a sociedade civil organizada também participa, grupos se reúnem para protestar, e para mostrar que as coisas não andam tão bem no país. O tradicional “Grito dos Excluídos” é pouco noticiado, mas ainda é um foco vivo de resistência, o desfile é cada vez mais uma exibição das Secretarias de Segurança Pública, pois desfilam policiais civis, Rodoviários Federais, Policia Federal, entre outras forças de segurança, a Maçonaria desfila em alguns Estados como pais legítimos do movimento de Independência do Brasil. É necessário refazermos todas as criticas que fazíamos antes, a critica de qual Independência estamos falando ou necessitando,  financeira/econômica, social, cultural, de valores?

A Semana da pátria comemorada na semana do 07 de setembro, deve ser uma reflexão a todos brasileiros, do que é acreditar no país, o que é de fato não desistir do país, muito mais que usar o Verde e o Amarelo (lembrando  que este e amarelo representando a casa Real dos Lorena, e o Verde a Casa dos Bragança no Brasil), que somos muito mais que a seleção de futebol, que somos um povo que tem esperança e brilho nos olhos, que acredita em dias melhores, que acorda cedo, luta, trabalha, que luta pela sua independência todos os dias nas paradas de ônibus, que procura enxergar em alguém um líder, que o busca, esse é o sentido do 07 de Setembro.

Acreditar no Brasil, é acreditar no futuro do país, é acreditar que a educação é a semente a ser jogada, que o professor é o jardineiro da sociedade, que é preciso valorizar os profissionais em educação, para ter boa educação e boa segurança, para que a cultura seja um cotidiano, e isso não é função apenas do Estado é função de todos. Precisamos conquistar nossa Independência através do respeito, da dignidade, da tolerância, da educação, da democracia e da soberania, é dessa independência que estamos falando, e que talvez D.Pedro I não tinha noção exata quando gritou “Independência ou Morte!. Se não buscarmos essa Independência, só nos restará a Morte.

Prof° Vítor Andrade
Professor de História
Diretor do SINPROEP-DF