*Vítor
Andrade
Muito
se fala a respeito da Copa do Mundo no Brasil. Evidentemente há o grupo dos
favoráveis e dos contrários, entretanto, apesar das criticas, a Copa do Mundo
no Brasil fez o brasileiro repensar em alguns aspectos, como a segurança
pública, a saúde, infra estrutura e
também o mais importante a EDUCAÇÃO.
Avaliando
a situação da Copa do Mundo no Brasil trouxe a tona um sentimento nacional, os
contrários a Copa sentem que esta é a hora de alavancarmos socialmente, os
favoráveis a copa encontram-se otimistas e sentem-se bem em estar no país do
futebol sediando uma copa do mundo.
Se
avaliarmos a situação de Copas do
Mundo, de 1986 para 2014, quando o
México sediou uma Copa do Mundo, um país latino americano pobre que já havia
sediado a Copa de 1970. Neste período entre Copas, no México, não ocorreram
mudanças significativas no país. O México
tem um IDH baixo, uma alta taxa de analfabetismo e de mortalidade
infantil, país dominado por cartéis, e criminalidade, tem muito turismo, mas
péssima distribuição de renda, resumindo nenhum legado positivo pós
copa.Números que não se podem comparar com a Itália -1990, Estados Unidos 1994,
França-1998 , Coréia do Sul e Japão 2002 e Alemanha 2006, até mesmo por que a
participação do Estado em certas
decisões é mínima. Mas é preciso repensar a real necessidade de uma Copa do
Mundo em um país emergente como o Brasil, dentro do BRICS que tem como membro
também a África do Sul ( que sediou a
Copa do Mundo em 2010), se compararmos o índice de analfabetismo no grupo, o
Brasil tem uma taxa muito próxima da África do Sul, mesmo com avanços
significativos dos últimos anos( média de 6,95% segundo a UNESCO) entramos no
G-10 de analfabetos junto com Senegal,Etiópia
e Bangladesh,por exemplo. Temos um IDH
menor que o Azerbaijão e Peru, o país sangra com o alto índice de
homicídios que matam mais que a guerra do Vietnã e mortes no trânsitos que
matam mais que a guerra da Síria.
Quase
não se comenta a situação da África do Sul após a Copa de 2010, também pudera o
país herdou as dívidas que o povo até hoje paga, o país não decolou em
desenvolvimento, ficaram elefantes brancos, pois os estádios são subutilizados
e a educação é uma das piores do mundo. Nós poderíamos esperar, não precisávamos
de uma copa do mundo agora, não podemos dar um analgésico social no povo
despolitizado sem cultura, educação, e fingir que o Brasil não vai mal por que
o povo ainda faz carnaval. A promessa era de que os estádios seriam construídos
com dinheiro privado e no final o Estado financiou a Copa para os empresários,
entre outros desvios. Precisamos equipar as forças armadas, as policias, os
bombeiros além de uma remuneração justa, melhorar nossa infra-estrutura, o
transporte público.A FIFA age como se fosse um 4º Poder no Brasil, manda e
desmanda, os calendários escolares foram todos modificados em função da Copa,
os conteúdos e os planejamentos estão todos comprometidos, devido aos jogos.
O
Brasil precisa distribuir riqueza e melhorar a educação, precisamos garantir
para a educação os royalties de petróleo, definir um percentual do PIB,
valorizar profissionais em educação. É necessário mudanças rápidas, mas feitas
com planejamento. A desburocratização da educação e sociabilização da educação
é urgente , não é culpa do governo A ou B é uma herança cultural que nos impede
de avançar, podemos ser o país do futebol com uma educação de qualidade, sem o
povo sofrendo nos guetos, nas filas de hospitais. Já somos o país do futebol,
não precisamos de Copa do Mundo agora, queremos ser o país da educação, da
honestidade, uma sociedade Justa e Perfeita passa pela escola e não nos
gramados de futebol.
Vítor
Andrade
Profº
de História
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