24 de mai. de 2010

Desabafos de um pai professor

Primeiramente peço desculpas a vocês meus amigos, leitores, pela minha ausência por esse tempo, minha rotina mudou e meu computador quebrou. Quero explicar-lhes assim como o Jack o estripador: por partes.


Como acabo de sair do serviço público para me dedicar a um sonho, que era o de dar aulas de História, (pois sempre fui professor), comecei a perder várias coisas: primeiramente meu sono, pois são penosas as horas de estudo para se dar aulas de história, e como dou aulas durante o dia o que me sobra é a noite, depois percebi que comecei a perder a audição, pois só escuto barulho, percebi que comecei a perder a paciência, e todos começaram a reclamar, não havia percebido que estava perdendo os sentidos, refleti e cheguei a conclusão que se continuasse assim perderia a família, os amigos e a minha liberdade pois acabaria internado em um manicômio.


Muitos historiadores são ateus, outros deístas, e outros falam mal de todas a religiões, percebi que não é bem assim, percebi que a Religião é importante, ou a crença em Deus é importante, o respeito ao próximo, nem que seja por educação é importante, os meus alunos que de certa forma praticam uma religião, ou uma crença são mais respeitadores, mais interessados, ou são mais educados.


O que estaria acontecendo? Me perdoem meus amigos que estão na faixa etária que eu vou citar, mas a geração dos anos 70 e 80, dos pais que estão com 40 ou mais, não são todos é claro, estão acabando com as gerações futuras, esta é a segunda ou talvez a terceira geração que está tendo tudo por que os pais não tiveram nada, muitos pais tiveram a vida sofrida nas décadas de 70 e 80 e não tiveram grandes oportunidades, e hoje pensam que vão dar aos filhos tudo o que não tiveram. Eu concordo plenamente, mas uma coisa que não pode faltar é o respeito e os limites, dê aos filhos tudo o que não tiveram, mas dê valores importantes que você teve.


A geração dos 40 anos, acreditam que a escola é lugar de educar, eu descordo, a escola é lugar de aprimorar a educação é um lugar de complementação da vida, dizem que a escola prepara para a vida, e depois que saírem da escola quem educará esses jovens? Não tenham dúvidas eles sofreram bastante, e talvez não consigam vingar a pressão, pois a maturidade estará escondida embaixo das coberturas de pais e mães que acham que seu filho estará sempre certo e o mundo errado. A cada dia tem menos pessoas querendo ser professores e educadores, e os que estão na área pensando em sair, estão literalmente jogando a toalha e desistindo.


Essa nova geração, não tem referência, não têm boas músicas, não tem boa programação na TV, os heróis são anunciados pelo ex-espancador de esposa Pedro Bial, e por aí vai, as escolas acabaram com a hora cívica ( aqui não faço nenhuma apologia ao regime militar), os jogadores não têm postura na hora do Hino Nacional, mascam chicletes, ficam sem postura, cantam blá, blá , blá por que não sabem a letra, e aplaudem no final, está tudo errado. Quando falo sobre isso as pessoas falam e a solução? Está tudo acabado então? Vejam o caminho da Europa, olhem o rumo que está tomando, uma geração velha, onde os jovens estão se arruinando em bobagens ( drogas é uma delas), não conseguem segurar a economia, nem as rédeas sociais, se lá que a maioria dos países são “ desenvolvidos” está assim imaginem na África, na América do Sul?.


Tá e qual é a solução?A geração dos anos 2010 está perdida, o recomeço deve vir de crianças com 4,5 e 6 anos aos quais estão percebendo que a geração anterior fracassou, tá certo que a velha história que o país só tem corruptos, que falta educação, saúde, segurança é válida, mas a educação familiar não depende do Estado, bom dia, boa tarde, com licença, desculpe, não tem em nenhuma cartilha, está no coração de cada pai e cada mãe. Os pais dos anos 90 e 2000 têm a maior responsabilidade de salvar a geração futura, o resgate moral terá que partir de mim e dos meus contemporâneos. Esse é o caminho e a única solução, para não termos que fechar as escolas e abrirmos presídios, mas eu acredito na vida, acredito nos bons costumes e em Grande Deus sem religião que tudo vê, que ver o clamor de pais e professores, e no fim o bem sempre vence o mal.




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