26 de nov. de 2011

*Por que cheguei atrasado? Por que?

*Vítor Andrade




Quando percebi andava depressa demais,

Percebi ao meu lado alguém que nem conheci,

Quando pensávamos que estávamos perto do fim,

Nos deparamos no fim, da rua,onde havia uma curva,

Curva no fim da rua, seria o principio do precipício?

Não, mas apenas uma,longa subida,

Pra quem vinha ao contrário uma belíssima descida,



Enquanto nos decidíamos , pedíamos clemência,

E quando entrei na retidão pensei, com o corpo encharcado do suor,

Que nada podia ser pior, a não ser a desnutrição do meu corpo

Mas choveu, e o dilúvio de emoções que levava meu rosto,

Levava na enxurrada junto com meu suor, todos os meus pensamentos, alegrias, angústias e sofrimentos,

Chão e emoção ,desciam ladeira baixo...



Quando achávamos que estávamos certos, alguém nos dizia que estávamos errados,

E quando errávamos, éramos ovacionados pela teimosia, carregada de ironia, alimentados pela vontade de nossos sonhos tornarem-se poesias, que não sabíamos para quem contar, quem...?

Talvez no além , talvez, se tiver alguém para nos ouvir...

Para um rebelde discutir...é a única maneira de fazer a idéia fluir,



Mais ainda pensava comigo mesmo a ladeira que havia de subir,

Mas subir pra que? Pra onde? Por que?

Quando olhava para trás e via o quanto tinha subido,

Que os passos já estavam perdidos,

Ouço ruídos, ruídos no silêncio, e baixas vozes que esbarravam em meu ouvido,



E quando finalmente chego ao topo:

Lá estavam todos,

A galera do Futebol, A família, os Irmãos da Loja, a turma do boteco, alguns de meus alunos, gente que nem eu conhecia, mas estavam lá.

E até um colega de Porto Alegre, que veio com a bandeira do Grêmio, que na hora que vi já havia retirado ela de cima do caixão. e acreditem , acreditem sim, não ouviram nem o meu último grito!

Não me deixaram me ver, não me deixaram me dar meu ultimo adeus....



Quando éramos ramos ,éramos importantes,mas, precisávamos ser algo mais, quando viramos sombras, precisávamos nos multiplicar, quando éramos muitos, aí precisaram nos poldar, quando demos frutos, eles amadureceram, apodreceram e acabaram, e quando os frutos acabam com os sonhos o fim já chegou, e que a terra nos seja leve.





*Vítor Andrade

Profº de História



*Texto inspirado numa placa que dizia: Eraldo Ramos aluga.

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