17 de Junho de 1822 Fundação do Grande Oriente do Brasil
Na data de 17
de junho de 1822, foi fundado o Grande Oriente do Brasil. A maçonaria do Brasil
passou a ser uma potência e não mais vinculada ao Grande Oriente Lusitano, ou
da Ille de França. Encontravam-se os Maçons reunidos no Rio de Janeiro em sua
única Loja Regular, a Loja Comércio e Artes, conduzido pelo Capitão João Mendes
Viana, que após ler os artigos da constituição do Grande Oriente do Brasil (na
época chamada Brasílico), aclamaria José Bonifácio de Andrada e Silva como o
Primeiro Grão-Mestre da Maçonaria Brasileira, e o Primeiro Grande Vigilante [1]
foi Joaquim Gonçalves Ledo, foram empossados os demais cargos dentro do Grande
Oriente, as três primeiras Lojas instaladas foram: Comércio e Artes, Esperança
de Niterói e União e Tranqüilidade, essa em homenagem ao príncipe D.Pedro I, em
função ao “Dia do Fico”.
A data de
fundação do Grande Oriente do Brasil é importante para a historiografia
nacional, e para a Independência do Brasil, foi um dos momentos marcantes que
antecedeu a Independência do Brasil, ocorrido no Estado brasileiro. Em ata
registrada do Grande Oriente do Brasil, datado de 02 de Agosto de 1822, em sua
09ª Sessão:
O Grão-Mestre da Ordem, então, o conselheiro
José Bonifácio de Andrada e Silva, proposto para ser iniciado na Ordem S.A. D.
Pedro de Alcântara, Príncipe Regente do Brasil e seu defensor perpétuo. E sendo
aceita a proposta, com unânime aplauso, e aprovada por aclamação geral, foi
imediata e conveniente comunicada ao mesmo proposto, que, dignando-se aceita-lá
compareceu logo na mesma Sessão e sendo também logo iniciado no primeiro Grau
de aprendiz.[2]
Para o grupo
do partido brasileiro dentro da maçonaria, principalmente liderados por
Gonçalves Ledo foi fundamental para a Independência brasileira a iniciação do
Príncipe Regente. Com o príncipe Maçom, poderiam facilmente envolvê-lo em
discussões dirigidas à Independência. Além disso, estando D.Pedro dentro das
discussões presentes na Maçonaria, a solução mais plausível seria de tornar o
Brasil um país independente, porém monárquico. Acredita-se que este seria mais
uma dos motivos das farpas trocadas por Ledo e Bonifácio.
No campo
político, a separação entre Brasil e Portugal se tornava cada vez mais
evidente. Antes do retorno de Dom João VI a Portugal, ele já antevia que mais
cedo ou mais tarde a emancipação política do Brasil viria a ocorrer. Consta que
haveria dito a D.Pedro: Pedro se o Brasil
se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar do que para algum
desses aventureiros. Mesmo com a convocação de D.Pedro à Corte para se
fazer uma constituição brasileira, a Independência já estava sendo construída,
apesar da forte oposição entre os grupos existentes principalmente o grupo
liderado por Ledo que defendia o voto estendido a todos brasileiros e o grupo
de Bonifácio que além de contrário a república, defendia o voto apenas de quem
possuía grandes propriedades.
Para a primeira direção da Maçonaria brasileira foram assim em possados:
"Eu Profº Vítor Andrade, de livre acordo e vontade , na presença do Supremo Arquiteto do Universo, que lê no meu coração e de todo povo maçônico brasileiro aqui apresentado, juro não revelar a profano algum nem maçom deste ou outro qualquer Oriente a palavra sagrada da Ordem, e a de passe deste Oriente assim como todos os segredos que são concernentes ao lugar de Grande Delegado do Grande Oriente do Brasil, tanto nessa ocasião como em outra qualquer exceto ao meu futuro sucessor.
....
empregar todos os meus esforços , sempre que necessários a bem de todos os maçons e de sustentar as causas do Brasil, quando compatível com minhas faculdades. E se perjurar qualquer dessas obrigações , de novo me submeto às penas dos meus graus a ao desprezo e a execração pública.
Assim Deus me Salve!
Após juramento assinam:
José Bonifácio de Andrada e Silva Grão Mestre
Joaquim Gonçalves Ledo 1º Grande Vigilante
João Mendes Viana 2º Grande Vigilante
Grande Orador Januário da Cunha Barbosa
Grande Secretário Manoel José de Oliveira
Grande Chanceler Francisco das Chagas Ribeiro
Oriente do Rio de Janeiro, 17 de Junho de 1822.
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