23 de jul. de 2014

Não quero mais ir a escola

*Todo material pode ser repassado, reproduzido para fins didáticos e informativos, desde que citada a fonte.

*Vítor Andrade.’.

Ir à escola vai muito além do que cumprir um trajeto, e permanecer nela após algumas horas. Na Grécia antiga a escola era o lugar de formação integral do homem, local de ócio digno que servia para se pensar em governar, criar e guerrear, daí o nome Scholé que origina a palavra escola.

No Brasil a escola é obrigatória a partir dos 6 anos de idade não isentando o Estado de fornecer as creches e também a pré escola. A família deveria se preocupar em preparar a criança para ir até a escola, para que ela sinta-se segura e se adapte o mais rápido possível ela, e não deixar isso por conta dos educadores.

O que é percebido ao longo desses anos todos em sala de aula, é que existe um bloqueio, uma falha na comunicação entre quem transmite o conhecimento e quem é o receptor, uma clássica frase que acontece a uma criança quando faz uma travessura na escola é dizer:- Aqui não é sua casa, na verdade o educador esquece que  a escola é a casa dele também, o que ela não pode fazer é achar que é um ambiente em que ela pode fazer tudo, ou então dizer:- não sou sua mãe, vai fazer isso na sua casa, você vai para direção, isso para crianças de 6 anos aos 10, o que deve ser feito é a orientação, a conversa com os pais, isso tudo na tentativa de construir a lógica de ensino aprendizagem, onde o aluno já vem de uma carga hereditária em desenvolvimento a ser construída e aplicada ao método clinico, se ela recebe estes comentários ela vai se distanciando da escola e vai gerando medo de errar ou de fazer algo que possa parecer errado, medo dos funcionários da escola, o que pode ainda mais fazer com que ela não queira ir a escola.

Outro fator que cabe uma observação são educadores quererem construir a escola e destruírem-na por outro lado, ocorre muito com os pré adolescentes e até mesmo os adolescentes, ouvimos dizer: aqui os professores não são mais “tios “  ou “tias”, o que já é uma barreira, são vários professores, vários livros, ou ouvir o  professor dizer:“- agora você está no sexto ano, não está mais com a tia”, isso pode gerar um distanciamento escolar, o que muitos podem tirar como “frescuras” mas não é, lembrando estamos em um processo de formação, e não podemos começar a fazer um bolo pelo recheio é necessário cumprir cada etapa, passo a passo, brincar e estudar cada um na sua hora certa.

O Lúdico é por vezes perdido de acordo com o avançar da idade e idade acadêmica, perdem-se as brincadeiras, a leitura, o professor pede para fazer a leitura silenciosa, mas nunca trás algo de novo para ler aos alunos, isso pode causar desgosto por ir a escola. Não existem mais brincadeiras, não existem mais momentos de lazer, parece que isso é coisa da educação infantil, essa barreira pode criar um desinteresse em estudar, e a partir do 6º ano até a faculdade a ludicidade acabou, será algo do passado, tido como boas lembranças, mas o professor deve ter noção que pode propiciar momentos lúdicos até mesmo na faculdade com seus alunos é o que terá como diferencial no processo de aprendizado, e eles vão querer ir a escola, pois lá é o lugar do Ócio Digno, de criar, pensar e ser amado.

Por fim o professor deve trocar a conversa pelo diálogo, pelo questionamento, por momentos de interação, alunos não são números, hoje há muita conversa e pouco diálogo, temos que lembrar que  são Seres Humanos carentes de informação e não ouvir a frase : “- eles gostam de ir a escola, o que não gostam é de estudar” eles estão na escola, lugar de ser feliz, de fazer amigos de amar de serem amados eles tem que gostar dos dois e isso depende da estrutura educacional, de todos aqueles que fazem a escola existir, para aqueles que fazem a escola acontecer ou seja para os alunos.



*Vítor Andrade é Professor de História
Diretor do SINPROEP-DF

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